A implantação do programa Estágio Probatório para avaliar o desempenho profissional dos novos servidores nomeados a partir do concurso realizado em 2011, pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), está provocando reclamação entre os 4.448 novos docentes e pedagogos. Embora reconheçam ser fundamental a oferta de cursos visando melhorar o desempenho em sala de aula, alguns criticam o fato do referido estágio ser feito nos finais de semana e/ou feriados, por um período prolongado, o que vai impedi-los de ter “vida social” mínima, especialmente aqueles que têm carga de 40 horas de aula por semana.
Um professor que pediu para não ter o nome divulgado, disse ser favorável à oferta do estágio e de cursos, mas o que incomoda é o fato de terem que, obrigatoriamente, dispor do tempo do final de semana para fazê-lo, mesmo que rotineiramente os docentes já usem parte desse tempo para o trabalho da escola, já que muitos levam serviços escolares para casa. “Ou isso ou exoneração”, lembrou o professor, afirmando ser revoltante se sentir “escravo da Seduc”. Para o docente, é preciso avaliar toda a conjuntura e todas as situações que podem levar às deficiências no aprendizado.
Seduc
O assessor estratégico da Seduc, Newton Pedri, coordenador do Estágio Probatório, reconhece que, por ser a primeira vez que há a oferta desse tipo de curso no Estado, cause dúvidas entre os docentes e pedagogos, afinal é um programa novo em termos de gestão pública, por prever o acompanhamento do servidor em estágio probatório, mas essa é uma obrigação antiga no serviço público que está sendo cumprida pela Seduc. A avaliação vai acontecer nos três anos correspondentes ao período de estágio probatório.
Quanto ao tempo do estágio, ele será dado de forma presencial e virtual, de forma a não sobrecarregar o docente, explica o assessor, lembrando que a meta da Seduc é habilitar o profissional para um serviço de máxima qualidade em prol dos estudantes da rede. Pedri garante que todo o programa será dado de forma leve, para se encaixar nos horários vagos do professor na escola. Tanto que ele terá disponibilidade de rede de Internet na escola para fazer as atividades oferecidas virtualmente. “O curso pretende levar o educador a traduzir as políticas de Estado pertinentes à educação, em ações práticas aplicáveis à sala de aula, em benefício do desenvolvimento do aluno”, finalizou.
Avaliação
Os educadores recém ingressos à rede estadual de educação estarão sendo avaliados pela comissão interna de sua escola e pela Comissão de Estágio Probatório em itens como conduta ética, assiduidade, disciplina e desempenho mínimo durante a formação conduzida pela Caed, informa a Seduc.
Descentralização
Junto ao curso será realizada, pela Seduc, a avaliação por meio de comissões descentralizadas, formadas em cada escola pública estadual, que atuarão sob a supervisão da Comissão de Estágio Probatório da Seduc.