Segundo publicação da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), a pesquisa elaborada pela pesquisadora e tecnóloga em alimentos Joyce Fonseca da Silva Kikuchi propõe um processo de industrialização para o peixe regional.
Através de análises, o processo que começa desde o cozimento, a temperatura ideal e a esterilização das latas utilizadas foi minuciosamente estudado para que o produto fique saboroso à mesa dos consumidores.
Os peixes selecionados para o processo de pesquisa foram todos de viveiro. Joyce destacou que a tecnologia desenvolvida não se aplica aos indivíduos capturados na natureza pela chamada pesca extrativa. As técnicas foram testadas com peixes criados em tanques porque todos os exemplares têm praticamente o mesmo tamanho e peso.
“Os peixes utilizados na pesquisa foram coletados na piscicultura de Balbina. Utilizamos somente juvenis de matrinxã, com aproximadamente 12 centímetros”, enfatizou. Por usar matrinxãs juvenis, que pesam até 140 gramas, o estudo realizou a análise química e a biometria da espécie. O objetivo era verificar se a matrinxã tem potencial nutricional nesta fase da vida.
Para a pesquisadora, o próximo passo da pesquisa será verificar a vida de prateleira do produto. “Em média uma conserva tem validade entre 2 e 5 anos. No caso deste produto, isso será verificado futuramente em outra pesquisa”, disse.
Regionalismo enlatado
Junto com o estudo do processo, uma análise de aceitação também foi realizada. As pessoas que provaram a matrinxã enlatada afirmaram que, mesmo após o processo de envasamento, o sabor do pescado continua o mesmo.
Três tipos de molhos foram desenvolvidos para conservar o pescado. O óleo comestível, bastante utilizado nas conservas de sardinha e atum; molho de tomate e molho de tucupi. Apesar da boa aceitação o sabor amazônico ganhou a preferência dos consumidores testados e o molho de tucupi foi o mais requisitado.