Com a proposta “Gestão Compartilhada dos Recursos Pesqueiros”, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá é finalista da 8ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2015. Nesta edição, a Fundação recebeu 866 inscrições e, desse total, 154 foram certificadas para integrar um banco de tecnologias sociais. Entre os certificados, 18 foram indicados como finalistas do prêmio, divididos em seis categorias.
O Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, concorre na categoria “Comunidades Tradicionais, Agricultores Familiares e Assentados da Reforma Agrária”, com mais duas instituições, uma também do estado do Amazonas e outra de São Paulo. O valor total em prêmios será de R$ 600 mil, sendo R$ 50 mil para a iniciativa vencedora de cada categoria e mais R$ 25 mil para as outras duas finalistas.
“É gratificante ter o trabalho da instituição, desenvolvido ao longo de 16 anos por muitos profissionais, entre pescadores, técnicos e pesquisadores que dedicaram tempo e empenho para aperfeiçoar o processo de manejo, agora reconhecido a nível nacional. É como fazer ecoar a mensagem da importância de usarmos racionalmente os recursos disponibilizados pela natureza para o próprio bem do homem”, comemorou Ana Claudia Torres, coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá.
A tecnologia social apresentada à Fundação Banco do Brasil retrata a atividade de ordenamento da atividade pesqueira na região do Médio Solimões, como medida compensatória às restrições previstas em planos de manejo de Unidades de Conservação. A adoção dessas medidas garantiu a recuperação dos estoques de pirarucu e a realização do manejo sustentável da espécie.
A pesca de pirarucu foi proibida no estado do Amazonas em 1996. A partir do ano seguinte, o Instituto Mamirauá iniciou as primeiras pesquisas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá para implementar uma prática sustentável de manejo, o que ocorreu em 1998. Um ano depois, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) aprovou o primeiro projeto de manejo comunitário da espécie.
A receita de sucesso inclui uma relação de parceria com as comunidades tradicionais. “O Mamirauá tem ensinado nós e nós temos ensinado eles da parte dos trabalhos que nós sabe por aí”, disse o pescador José Saide da Silva Amaral. “Eles começaram a valorizar isso: o conhecimento tradicional. Iniciando lá atrás quando foram, por exemplo, iniciar a contagem do pirarucu”, acrescentou Raimundo de Oliveira Queiroz, presidente da Colônia de Pescadores do município de Alvarães.
Nos últimos anos a iniciativa tem tido repercussão nos meios de comunicação de massa, inclusive em veículos estrangeiros. Veja, abaixo, a repercussão no The New York Times, dos Estados Unidos: